Não adianta. Embora o famoso aquecimento da Terra tenha lá suas causas antropogênicas, como os cientistas decretaram, e outras nem tanto, como a relativa ao ciclo do carbono, a causa principal, mesmo, é o Sol.
Já tive oportunidade de me referir ao assunto em Estrela decreta o destino da Terra. E, nesta semana, mais precisamente sexta-feira, 14, tive a oportunidade de ler a matéria de capa da revista Scientific American de fevereiro, denominada “A busca por planetas melhores que a Terra”.
Bem, se o estimado leitor leu o post Dinos viveram na melhor fase da Terra, que publiquei neste blog em 6 de setembro do ano passado, como parte da supersérie Dinossauros, provavelmente não se surpreenderão com a reportagem.
Necessidade de mudarmos o foco
O fato é que este planeta está saindo da zona habitável do Sol e é com isso em mente que devemos, enquanto humanidade, traçar nossos planos para o futuro.
O leitor deve entender o que é zona habitável de uma estrela. Imagine que um disco de vinil, um long play, representa o plano equatorial da estrela.
O furo no meio do disco representa a estrela. E uma faixa de música mais afastada, nem muito perto do calor abrasador, nem tão perto da borda exterior do disco, onde o frio é intenso, representa a zona habitável.
Nessa região, há um equilíbrio excelente entre o calor escorchante e o gelo, com temperatura ideal para que a água se mantenha em estado líquido.
Melhor região do Sol ficou para trás
A Terra se encontra na zona habitável do Sol, como estamos cansados de saber. Contudo – isso é novidade – este planeta, que nos dá o gentílico de “terráqueos”, não se posiciona mais no melhor local da zona habitável.
Ou seja, não está na borda exterior dela, nem muito menos no meio.
Compreenda que a zona habitável de uma estrela não se mantém eternamente na mesma posição, em relação a ela.
Na medida que uma estrela envelhece, vai esgotando sua reserva de hidrogênio e consumindo mais hélio, cuja reação nuclear libera mais energia que a de hidrogênio.
Com isso, ela se torna cada vez mais luminosa e quente e, consequentemente, vai empurrando sua zona habitável para regiões cada vez mais distante.
Quase no limite inferior
A massa da estrela diminui, pois parte dela se converte em energia. Contudo, o dispêndio não é tão significativo ao longo do tempo, o que faz com que os planetas mantenham suas órbitas praticamente inalteradas.
Isso significa que a Terra ficou, e ficará, cada vez mais quente, não importa o que façamos para mitigar os efeitos do efeito estufa. Poderemos até ter algum sucesso e o planeta poderá até se esfriar um pouco.
Mas, não tem jeito. Na média, considerando intervalos de tempo maiores, a Terra estará sempre mais quente. Em uma era não muito distante, no futuro, apenas cerca de 500 milhões de anos, o planeta estará quente o suficiente para destruir a vida.
Mesmo hoje, em situação mais confortável, em relação à zona habitável do Sol, está nosso vizinho exterior, o Planeta Vermelho.
Marte será uma boa opção
No post Marte saindo de era glacial, abordei o fato desse astro estar deixando para trás uma longa era de temperaturas extremamente baixas para ingressar em um novo período de clima mais ameno.
É verdade que outros planetas solares experimentam, no conjunto, um relativo aquecimento cujas causas podem estar na estrela. Mas o fato é que Marte se encontra no limite exterior da zona habitável do Sol.
É como se a Terra estivesse saindo dela pelo limite interno, enquanto Marte ingressa pelo limite exterior.
Agora, o que eu acho, e tenho dito isso aqui, não temos cordão umbilical que nos prenda a este planeta.
Nós devemos deixar de ser burros. Precisamos parar de nos matar a nós mesmos. Não somos temos que ser inimigos uns dos outros. Nossas encrencas, por mais prementes que pareçam ser, são pequenas demais, em vista do que realmente interessa.
Temos que economizar energia, tempo e dinheiro com o objetivo de preparar, desde já, nossa fuga deste planeta.