
Não sabia ser possível, mas consegui fotografar a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), com meu “velho” smartphone Samsung Galaxy GT-S6102B.
A câmera do aparelho estava ajustada na resolução 2048×1536 pixels (3,2 megapixels), e configurada para disparo noturno. O tamanho de frames é 121 kb.
Eu havia me inscrito, meses antes, no serviço da Spot the Station da NASA, a agência espacial norte-americana.
Graças a esse serviço, recebo periodicamente, através de e-mail, um comunicado informando a data, horário e localização, no céu, em que eu posso observar a gigantesca espaçonave cruzando o espaço, a partir de minha cidade.

Claro, o máximo que a gente pode enxergar da ISS, daqui da superfície do planeta, à olho nu, é a estação como o mais brilhante ponto luminoso a se deslocar perceptivelmente, no céu, como um farol que, no entanto, não ofusca.
Janela de poucos minutos
Segundo o comunicado do serviço, a ISS apareceria no céu de minha cidade a sul-sudoeste, às 18h35, alcançaria uma altura máxima de 55 graus, ou seja, passaria mais ou menos na posição equivalente a10h, e desapareceria 6 minutos depois, às 18h41, a nordeste.
De fato, eu me posicionei no jardim de minha casa antes do horário previsto, com meu smartphone já ajustado, ele nas mãos, sem apoio algum, pronto para imagear a estação.
A câmara do celular tem número de escala f f/2.6 e tempo de exposição foi de 1/2s, com abertura máxima de 2.757, para ambas as imagens. A velocidade ISO é ISO-800. Contudo, fiz uma “correção automática” com ajuda de um aplicativo, para realçar detalhes.
Vale ressaltar que o relógio de meu celular não está sincronizado com o da NASA, havendo uma diferença de minutos entre um e outro.
Eu estava ansioso. Quando a ISS apareceu, bastante luminosa, aguardei o momento certo, que a câmera registraria como 18h41’32”, e fiz a primeira foto. A segunda foto foi feita 23 segundos depois, às 18h41’55”.
Além da ISS, as duas imagens mostram as estrelas Vega, na constelação de Lira, e Altair, em Águia. Vega é 2,1 vezes maior que o Sol e fica a 25 anos-luz daqui, sendo a quinta estrela mais brilhante do céu. Altair é 1,8 vezes maior que o Sol, sendo a 12ª estrela mais brilhante, a 16,7 anos-luz da Terra.
Maior que um campo de futebol
Maior objeto construído pelo homem no espaço, a ISS, que rivaliza com Vênus em brilhância no céu noturno, se desloca a impressionantes 27.600 km/h. Em média, 7,6km/s.
Ela orbita a Terra entre 330km de altitude no perigeu, e 435km de altitude no apogeu, completando 15.54 volta em torno da Terra por dia, uma a cada 92,6 minutos.
Ela começou a ser construída em 20 de novembro de 1998 e ainda não está totalmente pronta. Pelo menos quatro novos módulos deverão ser acoplados à estrutura nos próximos anos.
A ISS é maior que um campo de futebol. Com seus enormes painéis solares estendidos, mede 72,8m de largura, 108,5m de comprimento e 20m de altura, pesando 450.000kg. A estação possui atualmente 13 módulos habitáveis.
A espaçonave é usada como laboratório de pesquisa em ambiente espacial com microgravidade, para experiências em várias áreas, tais como biologia, medicina, física, meteorologia e astronomia.
Sua construção só foi possível graças ao interesse comum de vários países. Tripulantes de várias nações passam pela estação continuamente há quase 15 anos, desde a chegada da primeira expedição, em novembro de 2000, constituindo a mais longa presença humana no espaço.