Imputar tudo que existe a Deus, na tentativa de explicar a realidade, é uma solução simplista. Talvez o que entendemos por Deus seja apenas herança cultural de um tempo em que os deuses estiveram entre os homens.
Eu, pessoalmente, não creio na personificação. Para mim, tenho a convicção de que Deus é refinamento consciencial. Isto é, quanto mais consciência, ou conhecimento, da realidade que nos cerca, mais nos aproximamos do conceito divino.
E o conceito de Deus, obtido por meio desse processo de expansão, ou alargamento, da consciência, nada tem a ver com o sentido religioso, tão comumente associado ao divino.
Já tive oportunidade de abordar a questão em outro post, onde escrevi que a expansão da consciência resulta no sentimento de comunhão, a sensação de pertencimento à ordem intrínseca das coisas.
Não vou discutir, neste momento, aspectos filosófic0s relacionados à existência ou não de Deus. Mas, termos como “altíssimo”, “sagrado”, “santo”, “celeste”, “divino”, “deus” e “pecado”, entre muitas, não tinham a conotação religiosa e de fé, que conhecemos hoje.
Antes, diziam respeito ao modo como criaturas humanas, de carne e osso, mas vindas de um outro mundo, literalmente no céu, se designavam.
Hoje, chamamos pessoas que viajam pelo espaço, além da Terra, de “astronautas” (se norte-americanos), “cosmonautas” (russos), “taiconautas” (chineses), ou “espaçonautas” (europeus). Nós, brasileiros, descontado o major Márcio Pontes, seríamos corrupanautas.
Num passado remoto, porém, quando o termo “astronauta” inexistia, “deus” não tinha exatamente essa conotação, mas significava “os que vieram do ceu para a Terra”.
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